A criação de polos tecnológicos com compartilhamento de informações é um dos caminhos apontados pelo especialista em Transformação Digital, Luciano Fernandes, para o setor sucroenergético se preparar para essa nova realidade.
“É preciso incentivar o intercâmbio de ideias, pois cada empresa está fazendo um pouquinho. É aí que a região ganha, quando você está conectado com as universidades. Precisamos desenvolver em nossa região um centro de inovação em tecnologia”, afirmou o especialista, durante webinar “Inovações e Disrupções Tecnológicas no Setor Sucroenergético”, promovido pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia (Biocana).
Segundo Luciano, a transformação digital está impactando as organizações, as pessoas estão consumindo diferente. O quanto você fomenta a área de TI, que precisa estar envolvida, criar padrões e governanças. O RH é hoje um dos principais fomentadores da indústria digital. “Nós estamos vivendo a era da gratidão, da empresa quântica, da liberdade digital”, disse.
Fernandes avalia que o agronegócio vai continuar impulsionando a economia, só que nos próximos 5 anos as transformações serão muito maiores. A população mundial deve chegar a 10 bilhões de pessoas. E para atender essa demanda a produção agrícola vai ter que dobrar. “Então teremos que ser mais eficientes. Os consumidores estão mais exigentes, querem alimentos de qualidade, mas se preocupam com o meio ambiente. O agronegócio precisa entregar isso de forma sustentável”, disse.
De acordo com o especialista, é preciso ficar preocupados em fazer essa transição de forma humanizada. “Toda a cadeia está em busca de inovações em tecnologia digital. A internet das coisas, utilização das nuvens, a ciência de dados. Por exemplo, qual o melhor dia no mês para entrega de um produto. Sem falar na questão da segurança (75% dos vírus são incubados 2 anos antes de implodir na empresa, no computador pessoal do executivo)”, explicou.
Luciano ressaltou também que o mundo está buscando a humanização da tecnologia, sendo que a pressão vem de fora para dentro e, com o mercado exigindo eficiência, as empresas que têm governança seguem essa política. Isso vale também para as empresas familiares que também estão buscando se adequar. “A estratégia digital consiste em saber onde está e como preparar meu modelo de negócio. O RH tem o dever e a missão de levar isso para o interior da corporação”, afirmou.
O especialista destaca que não é um processo de um mês, mas de no mínimo três safras, que envolve um trabalho de estudo, de capacitação, para preparar aquela empresa para aplicabilidade de tecnologia. O gestor da agrícola pode ser um empreendedor digital. Por isso, é preciso trabalhar as pessoas, motivar as pessoas, para termos um intercâmbio de informações.
“Ninguém vai chegar de fora e substituir o profissional que está dentro da empresa. É preciso levar conhecimento, capacitar as pessoas, as áreas de negócios estão se movimentando, e aí entram os gestores de tecnologia, argumentou Luciano. Uma das maiores preocupações para 2022 é a conectividade e cobertura de dados”, concluiu.